Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada (nwt, pt_PT, 2016)

Marcos

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

Marcos, 4

1 Ele começou novamente a ensinar à beira-mar, e uma multidão muito grande reuniu-se perto dele. Então, ele entrou num barco e sentou-se, e ficou a uma certa distância da margem, mas toda a multidão estava em terra, à beira-mar.

2 E ele começou a ensinar-lhes muitas coisas com ilustrações. Ensinava-os dizendo:

3 “Escutem: O semeador saiu para semear.

4 Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira da estrada, e vieram as aves e comeram-nas.

5 Outras caíram em solo rochoso, onde não havia muita terra, e brotaram imediatamente porque o solo não era profundo.

6 Mas, quando o sol se levantou, ficaram queimadas e murcharam, porque não tinham raiz.

7 Outras sementes caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-nas, e elas não deram fruto.

8 Mas outras caíram em solo bom e, depois de brotarem e crescerem, começaram a dar fruto; e produziram 30, 60 e 100 vezes mais.”

9 Ele acrescentou então: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”

10 Então, quando ficou sozinho, os que estavam à sua volta vieram com os Doze e começaram a fazer-lhe perguntas sobre as ilustrações.

11 Ele disse-lhes: “A vocês, foi-vos dado o segredo sagrado do Reino de Deus, mas aos de fora tudo é apresentado em ilustrações,

12 para que olhem, mas ainda assim não vejam, e ouçam, mas ainda assim não compreendam; e eles nunca irão dar meia-volta e receber perdão.”

13 Além disso, disse-lhes: “Vocês não compreendem esta ilustração; portanto, como entenderão todas as outras ilustrações?

14 “O semeador semeia a palavra.

15 Então, aquelas sementes à beira da estrada, onde se semeia a palavra, representam os que ouvem a palavra, mas logo vem Satanás e tira a palavra que foi semeada neles.

16 Do mesmo modo, aquelas semeadas em solo rochoso representam os que ouvem a palavra e logo a aceitam com alegria.

17 Contudo, não têm raiz em si mesmos, mas continuam por algum tempo; então, assim que surgem dificuldades ou perseguição por causa da palavra, tropeçam.

18 Ainda há outras que são semeadas entre os espinhos. Essas representam os que ouvem a palavra,

19 mas as ansiedades deste mundo,*1 o poder enganoso das riquezas e os desejos de todas as outras coisas interferem e sufocam a palavra, e ela torna-se infrutífera.

  1. Ou: “deste sistema de coisas; desta época”. Veja o Glossário.

20 Finalmente, aquelas que foram semeadas em solo bom representam os que escutam a palavra, a aceitam e dão fruto: 30, 60 e 100 vezes mais.”

21 Disse-lhes também: “Será que se pega numa lâmpada para colocá-la debaixo de um cesto*1 ou debaixo de uma cama? Não é para colocá-la em cima de um suporte?

  1. Ou: “cesto de medida”.

22 Pois não há nada escondido que não venha a ser exposto; nada cuidadosamente oculto que não venha à tona.

23 Ouça quem tem ouvidos para ouvir.”

24 Disse-lhes ainda: “Prestem atenção ao que ouvem. A medida com que medem é a mesma que será usada convosco, e ainda mais vos será acrescentado.

25 Pois àquele que tem, mais será dado; mas àquele que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado.”

26 Assim, acrescentou: “Portanto, o Reino de Deus é como quando um homem lança sementes no solo.

27 Ele dorme à noite e levanta-se de dia, e as sementes brotam e crescem, embora ele não saiba exatamente como.

28 O solo, por si mesmo, dá fruto aos poucos: primeiro a haste, depois a espiga, e finalmente o grão maduro na espiga.

29 Mas, assim que os grãos ficam maduros, ele mete a foice, porque chegou o tempo da colheita.”

30 E acrescentou: “A que podemos comparar o Reino de Deus, ou com que ilustração o podemos explicar?

31 É semelhante a um grão de mostarda que, quando é semeado no solo, é a menor de todas as sementes da terra.

32 Mas, depois de semeado, cresce e torna-se a maior das plantas comestíveis*1 e produz grandes ramos, de modo que as aves do céu encontram abrigo sob a sua sombra.”

  1. Ou: “hortaliças”.

33 Com muitas ilustrações como estas, ele declarava-lhes a palavra, até onde eram capazes de entender.

34 Realmente, nada lhes dizia sem ilustrações, mas explicava tudo em particular aos seus discípulos.

35 E naquele dia, ao cair a noite, ele disse-lhes: “Passemos para a outra margem.”

36 Assim, depois de terem dispensado a multidão, eles levaram-no, assim como estava, no barco; e outros barcos acompanhavam-no.

37 Levantou-se então uma violenta tempestade, e as ondas lançavam-se sobre o barco, de modo que o barco estava a ficar inundado.

38 Mas ele estava na popa, a dormir sobre o travesseiro.*1 Assim, eles acordaram-no e disseram-lhe: “Instrutor, não te importas que estejamos prestes a morrer?”

  1. Ou: “a almofada”.

39 Com isso, ele levantou-se, censurou o vento e disse ao mar: “Silêncio! Cala-te!” E o vento parou, e houve uma grande calmaria.

40 Então, ele disse-lhes: “Porque é que estão com tanto medo?*1 Ainda não têm nenhuma fé?”

  1. Ou: “são tão inseguros”.

41 E eles sentiram um medo incomum e disseram uns aos outros: “Quem é realmente este homem? Até mesmo o vento e o mar lhe obedecem.”