Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada (nwt, pt_PT, 2016)

Atos

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

Atos, 19

1 Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo passou pelas regiões do interior e desceu até Éfeso. Lá, encontrou alguns discípulos

2 e perguntou-lhes: “Receberam espírito santo quando se tornaram crentes?” Eles responderam: “Nunca ouvimos dizer que há um espírito santo.”

3 Ele perguntou: “Então, foram batizados em quê?” Eles responderam: “No batismo de João.”

4 Paulo disse: “O batismo de João era o batismo em símbolo de arrependimento; ele dizia às pessoas que cressem naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus.”

5 Depois de ouvirem isto, foram batizados em nome do Senhor Jesus.

6 E, quando Paulo lhes impôs as mãos, o espírito santo veio sobre eles, e eles começaram a falar em línguas e a profetizar.

7 Ao todo, havia cerca de 12 homens.

8 Durante três meses, ele foi à sinagoga e falou com coragem, proferindo discursos e raciocinando de forma persuasiva a respeito do Reino de Deus.

9 No entanto, visto que alguns se recusavam obstinadamente a crer*1 e falavam mal do Caminho perante a multidão, ele deixou-os e separou os discípulos dentre eles; e diariamente proferia discursos no auditório da escola de Tirano.

  1. Ou: “alguns continuavam a endurecer-se e a não crer”.

10 Isto aconteceu por dois anos, até que todos os que moravam na província da Ásia, tanto judeus como gregos, ouviram a palavra do Senhor.

11 Deus realizava extraordinárias obras poderosas pelas mãos de Paulo,

12 de modo que até mesmo panos e aventais que tinham tocado no seu corpo eram levados aos doentes, e as doenças desapareciam e os espíritos maus saíam.

13 Contudo, alguns judeus que viajavam de um lugar para o outro, expulsando demónios, também tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre aqueles que tinham espíritos maus e diziam: “Ordeno-vos solenemente por Jesus, a respeito de quem Paulo prega, que saiam.”

14 Sete filhos de um dos principais sacerdotes judeus, chamado Ceva, faziam isso.

15 Porém, o espírito mau disse-lhes, em resposta: “Eu conheço Jesus e sei quem é Paulo. Mas quem são vocês?”

16 Assim, o homem que tinha o espírito mau atirou-se a eles, dominou um após outro e prevaleceu contra eles, de modo que fugiram daquela casa nus e feridos.

17 Isto chegou ao conhecimento de todos, tanto dos judeus como dos gregos que moravam em Éfeso; e todos eles ficaram com medo, e o nome do Senhor Jesus continuou a ser magnificado.

18 Muitos dos que se tinham tornado crentes vinham para confessar e declarar abertamente as suas práticas.

19 Na verdade, um bom número dos que tinham praticado artes mágicas juntaram os seus livros e queimaram-nos diante de todos. Ao calcularem o seu valor, viram que valiam 50 000 moedas de prata.

20 Assim, de modo poderoso, a palavra de Jeová*1 crescia e prevalecia.

  1. Veja o Ap. A5.

21 Depois de tudo isto ter acontecido, Paulo decidiu*1 que, após passar pela Macedónia e pela Acaia, viajaria para Jerusalém. Ele disse: “Depois de lá ir, tenho de ir também a Roma.”

  1. Ou: “decidiu no espírito”.

22 Assim, enviou à Macedónia dois dos seus ajudantes, Timóteo e Erasto, mas ele ainda continuou na província da Ásia por algum tempo.

23 Naquela época, houve um grande tumulto por causa do Caminho.

24 Um homem chamado Demétrio, um prateiro que fabricava miniaturas de prata do santuário de Ártemis, dava muito lucro aos artífices.

25 Ele reuniu-os, juntamente com outros que faziam o mesmo tipo de trabalho, e disse: “Homens, vocês sabem muito bem que a nossa prosperidade vem deste negócio.

26 Agora, estão a ver e a ouvir que, não somente em Éfeso, mas em quase toda a província da Ásia, esse tal Paulo persuadiu uma multidão considerável e fez com que mudassem de opinião, dizendo que os deuses feitos por mãos humanas não são deuses verdadeiros.

27 Além disso, não há apenas o perigo de que o nosso negócio caia em descrédito, mas também de que o templo da grande deusa Ártemis passe a ser considerado sem valor, e de que aquela que é adorada em toda a província da Ásia e na terra habitada seja destituída do seu esplendor.”

28 Ao ouvirem isto, os homens ficaram furiosos e começaram a gritar: “Grande é a Ártemis dos efésios!”

29 Então, a confusão espalhou-se pela cidade e todos entraram a correr no teatro, arrastando consigo os macedónios Gaio e Aristarco, companheiros de viagem de Paulo.

30 Paulo queria entrar e apresentar-se ao povo, mas os discípulos não permitiram que ele o fizesse.

31 Até mesmo alguns dos organizadores de festividades e jogos,*1 que eram amigáveis com ele, enviaram-lhe uma mensagem, implorando-lhe que não se arriscasse a ir ao teatro.

  1. Ou: “alguns dos asiarcas”.

32 Entretanto, a assembleia estava em confusão: uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra, e a maioria nem sabia por que motivo se tinham reunido.

33 Por conseguinte, fizeram Alexandre sair do meio da multidão; os judeus empurraram-no para a frente, e Alexandre fez sinal com a mão, pois queria fazer a sua defesa perante o povo.

34 Todavia, quando perceberam que ele era judeu, todos começaram a gritar, a uma só voz, por cerca de duas horas: “Grande é a Ártemis dos efésios!”

35 Por fim, depois de acalmar a multidão, o administrador da cidade*1 disse: “Homens de Éfeso, quem da humanidade não sabe realmente que a cidade dos efésios é a guardiã do templo da grande Ártemis e da imagem que caiu do céu?

  1. Ou: “o escrivão”.

36 Visto que estas coisas são indiscutíveis, devem permanecer calmos e não agir precipitadamente.

37 Vocês trouxeram aqui estes homens, que não são nem ladrões de templos nem blasfemadores da nossa deusa.

38 Assim, se Demétrio e os artífices que estão com ele têm uma queixa contra alguém, há dias nos quais os tribunais se reúnem e há procônsules;*1 que apresentem as suas acusações uns contra os outros.

  1. Procônsul era o governador romano de uma província. Veja o Glossário.

39 Mas, se querem algo além disso, a questão tem de ser decidida numa assembleia legal.

40 Porque nós realmente corremos o risco de sermos acusados de sedição*1 pelo que aconteceu hoje, pois não há nenhum motivo que possamos apresentar para justificar este tumulto.”

  1. Ou: “revolta; perturbação da ordem pública”.

41 E, depois de dizer isto, dissolveu a assembleia.