Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada (nwt, pt_PT, 2016)

1 Samuel

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

1 Samuel, 25

1 Depois de algum tempo, Samuel morreu, e todo o Israel se reuniu para lamentá-lo e enterrá-lo perto da sua casa, em Ramá. Então, David foi para o deserto de Parã.

2 Em Maom, havia um homem que trabalhava em Carmelo.*1 Ele era muito rico; tinha 3000 ovelhas e 1000 cabras, e estava a tosquiar as suas ovelhas em Carmelo.

  1. Uma cidade em Judá, sem nenhuma relação com o monte Carmelo.

3 O homem chamava-se Nabal, e a sua esposa, Abigail. A esposa era sensata e bonita, mas o marido, descendente de Caleb, era rude e mau.

4 No deserto, David ouviu dizer que Nabal estava a tosquiar as suas ovelhas.

5 Portanto, David enviou dez homens a Nabal e disse-lhes: “Subam até Carmelo e, quando encontrarem Nabal, perguntem-lhe como é que ele está, em meu nome.

6 Depois, digam-lhe: ‘Que tenha uma vida longa e que tudo vá bem*1 consigo, com os da sua casa e com tudo o que tem.

  1. Ou: “que haja paz”.

7 Ouvi dizer que o senhor está a tosquiar as ovelhas. Quando os seus pastores estiveram connosco, não lhes fizemos nenhum mal, e eles não deram pela falta de nada durante todo o tempo que passaram em Carmelo.

8 Pergunte aos seus homens e eles confirmarão isso mesmo. Que os meus homens achem favor aos seus olhos, pois viemos numa ocasião alegre.*1 Por favor, dê qualquer coisa aos seus servos e ao seu filho David. Dê aquilo que puder dar.’”

  1. Lit.: “num bom dia”.

9 Assim, os homens de David foram e transmitiram a Nabal todas estas palavras de David. Quando terminaram,

10 Nabal disse aos servos de David: “Quem é David e quem é o filho de Jessé? Hoje em dia, há muitos servos que fogem dos seus senhores.

11 Porque é que eu deveria agarrar no meu pão, na minha água e na carne dos animais que abati para os meus tosquiadores e dá-los a homens que vieram não sei de onde?”

12 Em vista disso, os homens de David voltaram e contaram-lhe tudo o que Nabal tinha dito.

13 David disse imediatamente aos seus homens: “Ponham todos a espada na cintura!” Então, todos puseram a espada na cintura, e David também pôs a espada na cintura. Cerca de 400 homens foram com David, ao passo que 200 ficaram com a bagagem.

14 Entretanto, um dos servos disse a Abigail, esposa de Nabal: “David enviou mensageiros a partir do deserto, a fim de desejar o bem ao nosso senhor, mas ele insultou-os.

15 Esses homens foram muito bons connosco. Não nos fizeram nenhum mal, e não demos pela falta de nada durante todo o tempo que passámos com eles no campo.

16 De dia e de noite, eles foram como uma muralha protetora à nossa volta, durante todo o tempo que passámos com eles a guardar o rebanho.

17 Agora, decida o que vai fazer, porque isto, com certeza, vai resultar num desastre para o nosso senhor e todos os da sua casa. Ele é um homem tão imprestável*1 que ninguém consegue falar com ele.”

  1. Ou: “inútil”.

18 Assim, Abigail pegou rapidamente em duzentos pães, dois odres grandes de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco seás*1 de grãos torrados, cem tortas de passas e duzentas tortas de figos prensados, e colocou tudo sobre os jumentos.

  1. Um seá equivalia a 7,33 l. Veja o Ap. B14.

19 Então, ela disse aos seus servos: “Vão à minha frente e eu irei atrás.” No entanto, ela não disse nada a Nabal, seu marido.

20 Enquanto ela descia num jumento por um caminho escondido pela montanha, encontrou David e os seus homens, que vinham na sua direção.

21 David tinha dito: “Não adiantou nada proteger tudo o que pertence a este homem no deserto. Não desapareceu nada do que lhe pertence e, ainda assim, ele paga-me o bem com o mal.

22 Que Deus faça o mesmo ou até pior aos inimigos de David,*1 se até ao amanhecer eu deixar vivo um único homem*2 que pertence a Nabal.”

  1. Ou, possivelmente: “e até pior a David”.

  2. Lit.: “alguém que urina contra o muro”. Expressão hebraica que indica desprezo e que se refere a homens.

23 Quando Abigail viu David, desceu depressa do jumento e prostrou-se diante de David, com o rosto por terra.

24 Prostrada aos seus pés, ela disse: “Que a culpa recaia sobre mim, meu senhor. Deixe a sua serva falar, e escute as palavras da sua serva.

25 Por favor, meu senhor, não dê atenção a este homem imprestável, Nabal, pois ele faz jus ao seu nome. O nome dele é Nabal,*1 e ele é um insensato. Mas eu, sua serva, não vi os homens que o meu senhor enviou.

  1. Que significa “insensato; tolo”.

26 E agora, meu senhor, tão certo como Jeová vive e como o senhor*1 vive, foi Jeová quem o impediu de incorrer em culpa de sangue e de fazer justiça*2 com as próprias mãos. Que os seus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor se tornem como Nabal.

  1. Ou: “a sua alma”.

  2. Ou: “trazer salvação”.

27 Agora, dê este presente,*1 que a sua serva trouxe ao meu senhor, aos homens que o acompanham.

  1. Lit.: “esta bênção”.

28 Por favor, perdoe a transgressão da sua serva, pois Jeová certamente estabelecerá para o meu senhor uma casa permanente, pois o meu senhor está a travar as guerras de Jeová e não se achou nenhum mal no meu senhor durante todos os seus dias.

29 Quando alguém o perseguir e tentar tirar a sua vida,*1 a vida*2 do meu senhor estará bem guardada na bolsa da vida junto a Jeová, seu Deus, mas a vida*3 dos seus inimigos ele lançará para longe, como pedras atiradas de uma funda.*4

  1. Ou: “e procurar a sua alma”.

  2. Ou: “alma”.

  3. Ou: “alma”.

  4. Ou: “como que da concavidade de uma funda”.

30 E, quando Jeová tiver feito ao meu senhor todas as coisas boas que prometeu e o designar como líder de Israel,

31 o senhor não terá nenhum remorso nem arrependimento*1 no coração por ter derramado sangue sem motivo ou por ter feito justiça*2 com as suas próprias mãos. Quando Jeová fizer o bem ao meu senhor, lembre-se da sua serva.”

  1. Lit.: “cambaleio ou tropeço”.

  2. Ou: “trazido salvação”.

32 Então, David disse a Abigail: “Louvado seja Jeová, o Deus de Israel, que, neste dia, te enviou ao meu encontro!

33 Bendita seja a tua sensatez! Que sejas abençoada por, neste dia, me teres impedido de incorrer em culpa de sangue e de fazer justiça*1 com as minhas próprias mãos.

  1. Ou: “trazer salvação”.

34 Caso contrário, tão certo como vive Jeová, o Deus de Israel, que me impediu de te fazer mal, se não tivesses vindo depressa ao meu encontro, amanhã cedo, não teria restado nem sequer um único homem*1 dos que pertencem a Nabal.”

  1. Lit.: “ninguém que urina contra o muro”. Expressão hebraica que indica desprezo e que se refere a homens.

35 Assim, David aceitou o que ela tinha trazido e disse-lhe: “Vai em paz para a tua casa. Eu ouvi o que disseste e vou atender ao teu pedido.”

36 Mais tarde, quando Abigail voltou a Nabal, ele estava a banquetear-se como um rei na sua casa. Nabal*1 estava alegre e completamente bêbado. Ela não lhe disse nada até à manhã seguinte.

  1. Lit.: “O coração de Nabal”.

37 De manhã, quando Nabal estava sóbrio, a sua esposa contou-lhe tudo. Então, o coração dele ficou como o de um morto, e ele ficou paralisado, como uma pedra.

38 Cerca de dez dias depois, Jeová entregou Nabal à morte.

39 Quando David soube que Nabal tinha morrido, disse: “Louvado seja Jeová, que defendeu a minha causa e que me livrou da humilhação que Nabal trouxe sobre mim, e que impediu o seu servo de fazer o mal. Jeová fez a maldade de Nabal recair sobre a sua própria cabeça!” Então, David mandou uma mensagem a Abigail, propondo-lhe que se tornasse sua esposa.

40 Quando os servos de David foram ao encontro de Abigail, em Carmelo, disseram-lhe: “David ordenou que viéssemos buscar-te, para que te tornes sua esposa.”

41 Ela curvou-se imediatamente com o rosto por terra e disse: “Estou disposta a tornar-me uma serva para lavar os pés dos servos do meu senhor.”

42 Então, Abigail preparou-se depressa, montou o jumento e, acompanhada por cinco criadas, foi com os mensageiros de David e tornou-se sua esposa.

43 David também se tinha casado com Ainoã, de Jezreel, e as duas mulheres tornaram-se suas esposas.

44 Saul, porém, tinha dado sua filha Mical, esposa de David, a Palti, filho de Laís, que era de Galim.